No passado sábado dia 18 de março, os benjamins A do Rio Ave F.C., deslocaram-se ao campo do Dragon Force Porto, no Vitalis, num jogo que terminou com o resultado de 0-1, assinalando mais uma vitória rioavista.
Foi a primeira vez que visitei este complexo, pelo que as minhas expetativas eram elevadas, em relação às condições estruturais oferecidas para a prática da modalidade, porque em termos formativos é reconhecida unanimemente a sua grande qualidade.
À primeira vista transmite uma imagem moderna, vigilantes/segurança permanente, campo coberto e descoberto, balneários com cacifos independentes para os atletas, esplanada café com vista para os campos, parque para viaturas e ambulância permanente no complexo.
A imagem aferida numa primeira impressão é sem dúvida muito positiva.
Observando mais cuidadosamente:
. O jogo realizou-se no campo coberto, cuja dimensão é substancialmente mais reduzida, quando comparado com o campo do Rio Ave, ou de outras equipas já visitadas. Assim qualquer remate com alguma potência do meio campo chegaria à baliza adversária. Na minha modesta opinião, tais dimensões poderão ser apropriadas em idades até aos 10 anos, mas depois será desvirtuar a realidade do jogo. Ou então que me digam que se trata de um treino em campo reduzido :)
. Vigilantes/segurança permanente, que como empresa de serviços contratada pelo clube, não tem que compreender a parte emotiva do jogo. A tela que foi colocada na parede lateral do campo, por nós pais, foi de imediato alvo de fiscalização, solicitando a respetiva autorização. Surpreendidos por tal, pedimos permissão para a deixar colocada, uma vez que ostenta apenas palavras de apoio à equipa, e como se fosse algo extraordinário disseram que sim. Fomos de imediato proibidos de tirar fotografias, de efectuar filmagens, de colocar música, e só não nos proibiram de cantar porque a voz ainda é de cada um. Ou seja, no final do jogo para celebrar a vitória, só foi permitido colocar a música no exterior do complexo. E foi o que se fez!
. Esplanada café, que seria agradável para tomar uma bebida e observar o aquecimento dos atletas mas perdi a vontade e desci para próximo deles. Porquê? Porque ao pedir a bebida no café e dando conta do meu propósito, logo fui proibido de levar qualquer objeto de vidro para a esplanada. Ou seja, como sou provavelmente um hooligan, se calhar poderia arremessar objetos para o campo.
. Quanto ao parque para as viaturas, só é permitida o estacionamento da equipa de arbitragem e outros elementos VIP. Pelo que nem as carrinhas do clube que transportavam os atletas, foram autorizadas a entrar para deixar os meninos. Estamos no centro do Porto, e o estacionamento não é nada fácil.
. Em volta do campo coberto, não existe qualquer bancada para se poder assistir ao jogo. Apenas no café esplanada existem algumas cadeiras.
. Elogio a disponibilização de serviços médicos permanentes e a ambulância no recinto.
Citando o autor do principezinho (já agora de leitura obrigatória, estando recomendado no Plano Nacional de Leitura), Antoine de Saint-Exupéry:
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
Muitas vezes não damos relevância ao mais importante, porque já o temos.
No Rio Ave temos campo com dimensões ideais para a prática de futebol.
Ninguém nos impede de utilizar qualquer meio disponível para apoiar os nossos filhos, atletas benjamins A do Rio Ave F.C..
Temos sempre lugar para estacionar gratuitamente a viatura.
Temos bancada coberta e descoberta para assistir ao jogo.
Resumindo, eu arrependi-me (e julgo que todos os outros pais), de não ter aceite o amável convite, de um dono de café, a 2 metros de onde estava, e onde já se podia colocar a música a tocar, a festa a acontecer, porque se tratam de crianças com 10 – 11 anos de idade.
Não são profissionais de futebol e o divertimento deve de imperar!
Imagem: http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/portugues/07_o_principezinho_d.htm